5.25.2011

Os 3 tipos de retórica: a carta aos Colossenses.

Hoje, nos estudos paulinos valoriza-se muito a carta no seu conjunto. Ora, é importante valorizar a carta como acontecimento de evangelização. As cartas de Paulo não são cartas pessoais, mas dissertações sobre temas, e até há tomadas de posição. Nas cartas de Paulo, temos elementos da retórica e da oratória. Segundo Aristóteles, há 3 tipos de retórica:
- uma retórica expositiva: aquela que tem a ver com o louvor ou com a crítica.
- uma retórica deliberativa: tem a ver com a exortação ou com a dissuasão.
- uma retórica forense: tem a ver com a acusação ou com a defesa.
Nas cartas de Paulo percebemos que há momentos da retórica expositiva, quando Paulo dá graças. Noutros momentos quando Paulo exorta temos uma retórica deliberativa, e ainda noutros, há uma retórica forense quando Paulo acusa. No entanto, nas cartas de Paulo há uma predominância deliberativa, mas também há espaço para uma retórica forense e expositiva.

A retórica deliberativa pretende adoptar uma determinada acção: ou procura persuadir ou dissuadir. Em relação a este tipo de discurso, as pessoas da audiência é que tem o papel de decisão: elas decidem se ficam dissuadidas ou não. E em relação ao tempo desta retórica, vemos o tempo futuro: aquilo que temos de fazer a seguir. Portanto, as cartas de Paulo nesta retórica pretendem que a comunidade no futuro faça alguma coisa.
Com a retórica forense, o objectivo é assegurar que se faz justiça. E a audiência também tem um papel de decisão pois ela é que decide se a pessoa é culpada ou não. O tempo presente nesta retórica é do passado, pois tem a ver com factos passados: “julguem por aquilo que fiz”.
A retórica expositiva procura louvar ou culpabilizar os valores já conhecidos. A audiência nesta retórica é observadora, pois não tem de tomar decisão, dado que ou é objecto de louvor ou de culpabilização. E o tempo usado é o presente: é agora que eu elogio ou culpo.

3 de Maio de 2011

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