6.05.2011

1 CARTA AOS CORÍNTIOS
Segundo os historiadores, Paulo escreveu esta Carta em Éfeso, durante a terceira viagem missionária.
Objectivos:
para remediar os abusos
Superar os conflictos divisões
escândalos
para responder às questões que lhe foram postas por escrito (7,1).
Todas estas preocupações, Paulo teve conhecimento por mensageiros vindos de Corinto (1,11). Estas circunstâncias explicam o carácter não sistemático da Carta, mas sim a preocupação de enfrentar as necessidades e resolver as dúvidas dos seus correspondentes.Ao longo destas páginas, desenha-se o retrato fiel de uma comunidade viva e fervorosa, mas com todos os problemas resultantes da inserção da mensagem cristã numa cultura diferente daquela em que tinha sido anunciada anteriormente. As questões abordadas derivam em grande parte do fenómeno da inculturação do Evangelho em ambiente helenista. Paulo procura esclarecer, mostrando-se firme ao condenar os comportamentos inconciliáveis, mas compreensivo quando a fé não corre perigo.
O conteúdo da 1.ª Carta aos Coríntios pode resumir-se nos seguintes:

Prólogo 1,1-9;
I. Divisões na igreja de Corinto 1,10-4,21;
II. Escândalos na igreja 5,1-6,20;
III. Resposta a questões concretas 7,1-11,1;
IV. A Assembleia Litúrgica 11,2-34;
V. Os carismas 12,1-14,40;
VI. A ressurreição dos mortos 15,1-58;
Epílogo 16,1-24.

Os cristãos de Corinto enfrentaram várias “tentações”:
reduzir a fé cristã a uma sabedoria humana, diversificada à maneira das escolas filosóficas de então (1,10; 3,22);
ceder aos imperativos de uma ética sexual, caracterizada, ora por um excessivo laxismo, ora pelo desprezo da carne, segundo as diferentes correntes filosóficas (5,1-3; 6,12-20; 7,1-40);
Tentação de continuar a observar as práticas cultuais do paganismo (cap. 8-13)
má interpretação das refeições sagradas - sofrer a influência suspeita das refeições sagradas (11,21)
Sofre também a influência frenesim delirante de certos ritos (12,2-3).
Ressurreição dos mortos - dificuldade em conciliar o mistério fundamental da ressurreição dos mortos com as doutrinas dualistas da filosofia grega (cap. 15).
As soluções propostas estão marcadas pelos condicionalismos culturais de então e pelo concreto da vida; mas não se reduzem a mera casuística já ultrapassada, porque o génio de Paulo, mesmo quando desce a questões do dia-a-dia, sabe sempre elevar-se aos princípios fundamentais que lhes asseguram perenidade e oferecer-nos uma teologia aplicada ao concreto da vida cristã.
Daqui o interesse e a actualidade desta Carta: através dela, sentimos ao vivo o pulsar de uma comunidade cristã muito rica, a forte personalidade de Paulo, muito consciente das suas responsabilidades, e a presença constante do Ressuscitado que anima a comunidade e a tudo dá sentido.

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