6.05.2011

Filipenses - A Acção de Graças

3Todas as vezes que me lembro de vós, dou graças ao meu Deus, 4sempre, em toda a minha oração por todos vós. É uma oração que faço com alegria, 5por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. 6E é exactamente nisto que ponho a minha confiança: aquele que em vós deu início a uma boa obra há-de levá-la ao fim, até ao dia de Cristo Jesus. 7É justo que eu tenha tais sentimentos por todos vós, pois tenho-vos no coração, a todos vós que, nas minhas prisões e na defesa e consolidação do Evangelho, participais na graça que me foi dada. 8Pois Deus é minha testemunha de quanto anseio por todos vós, com a afeição de Cristo Jesus. 9E é por isto que eu rezo: para que o vosso amor aumente ainda mais e mais em sabedoria e toda a espécie de discernimento, 10para vos poderdes decidir pelo que mais convém, e assim sejais puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, 11repletos do fruto da justiça, daquele que vem por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. (Fl 1,3-11)

Dos dois modelos utilizados por Paulo na composição da acção de graça, presente entre o endereço e o corpo de texto, estudados em aula, procuremos aplicar um deles neste passo epistolar em questão.

Como sujeito desta oração temos o próprio Paulo (“todas as vezes que me lembro de vós, dou graças” Fl 1,3).

Logo de seguido encontramos o destinatário desta oração: “dou graças ao meu Deus” (Fl 1,3).

Encontramos também a referência temporal a este estado orante de Paulo que se dá “sempre em toda a minha oração por todos vós” (Fl 1,4).

Continuando a acção de graças, Paulo justifica esta sua oração indicando-nos a causa desta.É uma oração que faço com alegria por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora” (Fl 1,4-5). De notar que aqui, na acção de graças, encontramos um dos que é o grande tema da carta: a “alegria”. Em jeito de acção de graças como que nos é dado o mote, que, entretanto, será explanado.

Terminado esta acção de graças, encontramos a sua finalidade: “para que o vosso amor aumente ainda mais e mais em sabedoria e toda a espécie de discernimento, 10para vos poderdes decidir pelo que mais convém, e assim sejais puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, 11repletos do fruto da justiça, daquele que vem por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.” (Fl 1,9-11)

Trata-se, no fim de contas, de uma acção de graças única, que nos mostra o investimento de Paulo na palavra para persuadir, captar a benevolência do seu auditório, num elogio que, estabelecendo a ponte entre remetente e o destinatário, ajuda à comunicação, valorizando mesmo esta relação, típica de um pastor ao seu “rebanho”. É interessante que aqui Paulo alarga o papel de cooperador a toda a comunidade (cf. Fl 1,7), sendo a própria comunidade protagonista com Paulo neste dinamismo da evangelização (cf. Fl 1,8).

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